quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Destino


Se fossem flores
as lágrimas que me pendem nos cílios
imagina , meu amor ,
os jardins que sorririam nos teus olhos
se fossem poemas
as gotas que escorrem como rios na minha derme
imagina , meu amor ,
os livros que tuas queridas mãos receberiam
se fossem pássaros
as construções que me revolvem a mente
imagina , meu amor ,
os mundos onde os teus pés seriam (per)seguidos
se fossem músicas
os bafos sufocados que me (não) saem
imagina , meu amor ,
os instrumentos que te ensaiariam
se fossem peixes
as veias que me transportam o sangue
imagina , meu amor ,
os rios e oceanos que te vestiriam
se fossem joaninhas
os estremeceres deste meu corpo
imagina , meu amor ,
as plantas de boa colheita que te agraciariam
se fossem céus
os sorrisos que no meu rosto se revelam
imagina , meu amor ,
a eternidade que te (a)guardaria...

Mas ...

Estes se´s anulam o tanto que tu possas imaginar
condiconam(me) , aprisionando(nos) ...

Se eu puder libertar o condicional
e erguer o absoluto
então
incondicionalmente
meu amor , imagina ,
as horas soprando no relógio :
- acelerai ponteiros , acelerai !
e estancai , agora , exactamente,
neste preciso e precioso segundo
em que eu de parado
traço todos os caminhos que (me) conduzem
ao destino que escolhi e faço
aqui , onde nascem
os anjos que respiram a sagração do amor ...

Luiz Sommerville , 11112010,02:32

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sonata Do (Não) Saber


     Cá para mim
     que sou teu
     mas ninguém sabe,
     o poema sabe, mas é mudo,
     -posso confiar na sacralidade
     desta certeza-
     todos sabem o que não sabem,
     em conversa com meus botões,
     me interrogo
     se por ventura eu saberei
     o que sabe o poema
     nesta dúvida me quedo ...

     mas, afinal
     que importa saber?
     ainda há pouco faleceu um gato
     que nada sabia de astronomia
     ó , quanto eu queria
     olhar a lua
     com o olhar
     que nele havia !


     Luiz Sommerville, 1109201021,57

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Nascer Do Poente

Suponho
que já não penso
suponho
que já não sou
suponho
o verso extenso
do poema para onde vou ...
suponho
que supus
imaginando...
entretanto ...
do tanto que me transpirou
deste que me fui porque te sou

a luz voando ...



Luiz Sommerville , 26102010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

"I Have A Dream" (II)

Os sonhos, os meus
possuiam tanta vida
que eu julguei-os verdadeiros
mas quando acordei
nada restava do tanto
que a mente inventava
olhando as cinzas dispersas
derramadas sobre a cama
alcancei-te , ó vazio !
no lençol da minha vida por um fio ...

Luiz SommerVille , 25102010
 

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